Sejam Bem-vindos ao Blog da SEFA!

A Seara Espiritualista Falangeiros da Aruanda - SEFA - é uma Organização Religiosa de Umbanda, que traz como base doutrinária a Escola de Caboclo Mirim. Nosso objetivo é seguir os princípios fundamentais da Umbanda e seus ensinamentos na prática da caridade. Nossa Matriz fica no bairro de Piedade, e nossas filiais em Sampaio e Vila Isabel (Rio de Janeiro)

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

3 anos da Filial de Sampaio

“Preparem-se, pois os trabalhos vão crescer e a responsabilidade de cada um também”. Essas foram as palavras do Caboclo Sete Estrelas na Gira de encerramento do ano... de 2007. 


Durante esses 10 anos de fundação da SEFA, Seu Sete Estrelas foi preparando o terreno, e chamando a atenção dos médiuns para uma missão ainda maior: levar adiante os Ensinamentos da Escola de Caboclo Mirim, sob as vibrações da Falange de Sete Estrelas.

E por que não plantar uma semente mais próxima de outros irmãos, para que eles possam colher os mesmos frutos dos trabalhos já oferecidos na nossa Matriz, em Piedade? Pois foi em 2014, quando a SEFA completou sete anos de fundação que essa missão começou a se espalhar.


Tudo começou com contato do amigo Átila Alexandre Nunes, que, acreditando na seriedade dos trabalhos da SEFA e no espírito missionário do nosso Tupixaba, indicou o CCT Cristiano para que fizesse o contato com a vice-presidente da Comunidade Francisco de Assis. Na ocasião, ela queria queria ceder o espaço, desativado há mais de vinte anos, para que outro grupo continuasse os trabalhos, com uma única condição: tinha que ser de Umbanda.


Em 02 de agosto de 2014, a sessão de desenvolvimento, realizada só com os médiuns, era deslocada para Sampaio. Todos se engajaram na limpeza e preparação do novo espaço. Caboclo Sete Estrelas incorporou no início da Gira e anunciou: estava fundada a primeira filial da Seara Espiritualista Falangeiros da Aruanda. Em seguida, chamou o então SCCT Paulo Henrique, o colocou de joelhos, e lhe entregou o comando da SEFA Sampaio, junto ao Caboclo Arariboia e ao Pai Antônio do Cativeiro. Era o início da sua preparação como Morubixaba, cuja consagração foi realizada no ano seguinte, na Gira de 8 anos da SEFA.


Com o passar do tempo, e com o corpo mediúnico ganhando mais autonomia, a assistência foi ficando cada vez mais cheia e presente. Era impressionante que em todos os trabalhos o terreiro estava lotado. Às vezes com fila do lado de fora para atendimento.





No ano passado, a SEFA deu mais um passo em sua missão de expansão da nossa Escola, com a abertura da filial de Vila Isabel. Na ocasião, o CCT Paulo Henrique foi designado para conduzir os trabalhos na nova filial. Para que isso acontecesse um novo médium teria que ser escolhido para dar sequência aos trabalhos em Sampaio, que já estava mais solidificado. A responsabilidade foi entregue ao SCCT Júlio Henrique Urbano, médium do Caboclo Sete Pedreiras da Aruanda e da Vovó Maria Mina do Cruzeiro.


Em Junho, quando a filial de Vila Isabel completou seu primeiro ano de trabalho, o Caboclo Sete Estrelas fez o mesmo movimento da época da abertura de Sampaio: chamou o SCCT Júlio Henrique, o colocou de joelhos à frente do gongá, e lhe entregou o comando da SEFA Sampaio. Júlio agora se prepara para sua consagração de Morubixaba, que será futuramente anunciada pelo Caboclo Sete Estrelas.




Hoje a filial de Sampaio completa 3 anos. Talvez a sua primeira missão era a de mostrar aos irmãos que é possível levar a nossa Escola para outras comunidades que precisam também do nosso trabalho. Com todas as vitórias e desafios que cabem a qualquer Casa que prega a caridade desinteressada, a SEFA Sampaio solidifica mais uma etapa na caminhada, graças à dedicação e ao engajamento dos médiuns que não temem essa missão. 


Mas este é apenas o início de mais uma jornada para a nossa Seara, na certeza de que estamos trilhando o caminho certo, levando adiante os ensinamentos de Pai Oxalá, e da Escola de Mirim, guiados pelo Caboclo Sete Estrelas e todos os seus falangeiros, com a luz de Pai Anastácio e todos os Pretos Velhos e com a força dos orixás e demais guias da Umbanda.







sábado, 24 de junho de 2017

1º Ano da Filial Vila Isabel


Quando o Caboclo Sete Estrelas nos deu a permissão de abrirmos Casas filiais, o objetivo era o de levar os trabalhos e ensinamentos da SEFA aos irmãos que moravam em áreas que não tinham acesso ao nosso terreiro.


Da mesma forma como foi feito quando o Caboclo Mirim começou a difundir os ensinamentos da sua Escola, com um único propósito: espalhar a caridade, como diz a sua própria curimba.


A primeira filial da SEFA foi aberta em agosto de 2014, no bairro de Sampaio. Foi uma experiência diferente para muitos irmãos, e o resultado foi bastante positivo. Em pouco tempo o terreiro já tinha um trabalho firme de atendimento à comunidade, através das sessões, giras e dos trabalhos sociais.


Dois anos depois, em 24 de junho de 2016, dia de Xangô, expandimos ainda mais nossos trabalhos, levando a doutrina da nossa Escola ao bairro de Vila Isabel, atendendo melhor os assistentes e médiuns que moram na região da Grande Tijuca, Centro e Zona Sul. 


O mais curioso é que Vila Isabel é um bairro vizinho a Sampaio. A distância entre os dois terreiros, de carro, é de apenas seis minutos. No entanto, o deslocamento entre os dois bairros por meio de transporte público parece ser bem mais complicado, apesar de ter uma via direta (o túnel Noel Rosa).


O comando ficou a cargo do CCT Paulo Henrique Brazão, migrando da filial de Sampaio. Anteriormente no local, um pequeno sobrado bem em frente à praça Barão de Drummond (ou Praça Sete, como alguns moradores conhecem), funcionava o Templo Espiritualista Umbandista Choupana de Oxossi, que transferiu-se para outro bairro.

     
A abertura da nova filial fez com irmãos de fé que não conheciam a SEFA tivessem acesso aos nossos trabalhos. Esse é o objetivo das filiais: semear os ensinamentos da nossa Casa, através da doutrina da Escola de Caboclo Mirim.


Hoje, do grupo que começou com dez médiuns, a filial já conta com vinte irmãos de fé em sua corrente, confirmando a solidificação de um trabalho esmerado com a dedicação, o amor e o carinho dos médiuns, sob as orientações do Morubixaba, e com as diretrizes do nosso Tupixaba - CCT Cristiano Queiroz.


Parabéns aos irmãos da SEFA Vila Isabel. Que seja o primeiro de muitos anos de caminhada.


Saravá o Caboclo Sete Estrelas!
Saravá o Caboclo Araribóia!

terça-feira, 13 de junho de 2017

Santo Antônio... de Lisboa, de Pádua ou de Pemba

Junho é o mês que marca o início dos folguedos e festas populares em todo o país. Nos festejos juninos (como são chamados), quadrilhas, barracas, brincadeiras e arraiais são montados para comemorar três santos populares da igreja católica: São Pedro, Santo Antônio e São João.

As festividades começam no dia 13 de Junho, quando se comemora o dia de Santo Antônio. Conhecido como “santo casamenteiro”, o santo é tábua de salvação de muitos solteirões que estão à procura do seu par perfeito.

Fernando de Bulhões, nasceu em Lisboa no ano de 1195. Mudou o seu nome para Antônio em 1220, quando ingressou para a Ordem Franciscana. Ele chegou a conhecer o próprio Francisco de Assis.
Antônio faleceu em 13 de junho de 1231, vítima de uma doença rara, na cidade de Pádua, Itália. Por isso em alguns lugares é conhecido como Santo Antônio de Lisboa, e em outros como Santo Antônio de Pádua.

A fama de casamenteiro vem de longe. Conta-se que certa vez, uma donzela portuguesa, desesperada por casar-se rogou à imagem de Santo Antônio por um noivo. Como seu pedido não foi atendido, a moça pegou a imagem do santo e atirou-a pela janela. A estátua do santo caiu sobre a cabeça de um cavalheiro que passava pela rua, e resolveu bater à porta da moça para devolver o objeto lançado. Ao abrir a porta a donzela e o cavalheiro trocaram olhares, se apaixonaram e se casaram, graças a Santo Antônio.

No Brasil, a devoção ao santo começou ainda nos tempos da colônia. Os escravos eram obrigados a erguer capelas dedicadas à Santo Antônio, e prestar devoção a ele. Surgia então um outro Santo Antônio – o de “pemba”, assim chamado porque os escravos utilizavam pembas para marcar o santo. Na Bahia, Santo Antônio é sincretizado com Ogum, e no Rio de Janeiro e nos outros estados, com a
imagem de Exu.

Mais uma vez afirmamos: EXU NÃO É O DIABO!!!
            
Antônio de Pádua era um grande estudioso, lecionou em várias universidades e foi considerado o primeiro doutor Franciscano da Igreja Católica. Apesar disso, vivia na humildade que a Ordem Franciscana pregava. Considerado por muitos como aquele que conhecia a ciência dos anjos, depois de canonizado pela Igreja, seus devotos passaram a reportar milagres cujas ligações eram dotadas de intensa sensibilidade humana, que Exu compreende muito bem. Daí vem a associação da imagem de Santo Antônio com a força de nossos amigos Exus. 




quinta-feira, 1 de junho de 2017

Atividades de Junho

O mês de Junho é um mês especial para a SEFA, pois comemoramos o primeiro aniversário de fundação da nossa filial de Vila Isabel.

Além disso haverá sessões especiais de Louvação a Santo Antônio (com a corrente com os Exus).

E para ajudar nosso terreiro, no dia 10 de Junho será realizado um evento beneficente:

KARAOKALDOS - Noite de Caldos e Karaokê
Dia 10 - Sábado - 18h na nossa Matriz em Piedade
Ingresso: 1kg de alimento não perecível e 1 pacote de biscoito ou leite em pó (para ajudar nas campanhas do NOS da SEFA)

Acompanhem as nossas atividades para o mês.

Informações: (21) 99266-3786 (Também pelo WhatsApp) ou em nossas páginas no Facebook.




sexta-feira, 14 de abril de 2017

Entrevista com o Tupixaba da SEFA

Exatos 10 anos se passaram desde a fundação da Seara Espiritualista Falangeiros da Aruanda (SEFA) e, como toda casa, a sua história passa muito pela história de seu dirigente. Por esse motivo, hoje trazemos uma entrevista realizada pela equipe do nosso blog com o Tupixaba e presidente da SEFA, CCT Cristiano Queiroz. Nela, ele conta um pouquinho de sua trajetória, relembra momentos importantes dessa década à frente do terreiro e fala dos desafios de ser um dirigente. Confira!

1) Quando e como você recebeu a missão de ser dirigente de Umbanda?

Na primeira reunião da SEFA em 14/04/2007
Acredito que a missão já tenha vindo comigo. Todos nós, quando reencarnamos já temos nossas missões planejadas. Digamos que eu só me dei conta dessa minha missão quando comecei a ter sonhos com o Caboclo Sete Estrelas riscando o ponto que seria o símbolo da SEFA, já no fim de 2006. Mas achei inicialmente que era coisa da minha cabeça. Meses depois a coisa amadureceu e os meus próprios guias foram informando que existia um projeto importante a ser iniciado no plano terrestre.


2) Como foi a sua trajetória religiosa e pessoal até abrir a SEFA?

Em 2003, na antiga 6ª filial (Piedade) da Tenda Mirim
Eu nasci numa família umbandista. Meus avós participaram da fundação da Irmandade Espiritualista e Beneficente Mirim, que começou como 21ª filial da Tenda Espírita Mirim. Minha mãe se desligou do terreiro quando eu ainda era criança. Logo depois fui matriculado num colégio católico, e acabei participando de vários movimentos da Igreja quando adolescente. Aos 18 anos saí da igreja católica e me reencontrei com a Umbanda. Comecei no Cantinho de Vovó Cambinda, onde tive o momento de controlar a minha mediunidade (que na época era muito ostensiva). Na busca pelas minhas raízes na Umbanda, ingressei no ano 2000 na Tenda Espírita Mirim. A princípio na Matriz na Rua Marechal Rondon. Logo depois, fui para a 6ª filial, que na época funcionava em Piedade. Em 2004, acompanhando a minha CCT Angela Toledo, me desliguei da TEM para junto com outros irmãos participar da fundação do Círculo dos Irmãos Espiritualistas Fé e Caridade. Foram quase três anos no Ciefec, até que em Março de 2007 me veio a missão de abrir a Casa. Assim fizemos em 14 de abril daquele ano. E, graças a Deus, foram 10 anos de muito aprendizado e crescimento.

3) Como foi para você a preparação para ser um comandante? Lembra do que fez à época para se preparar?

A preparação para ser um comandante é contínua. Acho que se eu me achar um comandante “pronto”, eu deixo de buscar melhorar o que ainda posso e preciso melhorar. Mas acho que a preparação veio muito com todo o aprendizado que tive com meus dirigentes anteriores, e também com os guias. Agradeço muito, principalmente à Cabocla Jurema e Vovó Ana do Cruzeiro, entidades da minha antiga CCT Angela, que me ensinaram muito nessa preparação.


4) Qual o maior desafio ao longo dessa trajetória?

Você conduzir cerca de 90 pessoas que vêm de origens, formações, instruções diferentes, numa única direção, seguindo os ensinamentos de nossa Escola da Vida. Esse foi, e continuará sendo o maior desafio.

5) E a melhor parte do processo, qual é?

Ver as pessoas se sentindo bem a cada trabalho realizado. Ver o sorriso no rosto de um médium, ou de um assistente. Acompanhar também o crescimento do médium dentro da nossa Escola Doutrinária.



6) Qual o maior aprendizado que os seus guias, que comandam a Casa, te passaram nesse tempo?

Que tudo tem o momento certo para acontecer. Mas que se a missão é sua, não há quem possa fazer por você. Basta confiar na Espiritualidade e em você para seguir firme e com simplicidade sempre.

7) Quando você reparou que a Casa não ficaria apenas em sua matriz e teria a missão de abrir filiais? E Por quê?

Desde a fundação da SEFA seu Sete Estrelas disse que a missão era levar a bandeira da Casa onde ela pudesse ser levada. E creio que essa deva ser a função de um terreiro filiado: levar os ensinamentos para irmãos que não conseguem ir à Matriz. Como missionários da Umbanda, devemos levar o nosso trabalho para todos os irmãos possíveis. Com fé nos nossos guias e com paciência e tranquilidade, mesmo nos momentos turbulentos.


8) Pode destacar alguns acontecimentos que te marcaram nessa trajetória?

Foram tantos. A fundação da SEFA foi um acontecimento em si. A minha consagração de 7º grau na Irmandade Mirim também. As Giras festivas, a nossa primeira Gira de Oxossi que foi debaixo de chuva. A Gira em que eu recebi a visita da minha avó aqui no terreiro. As homenagens que recebi, o meu casamento no terreiro. São tantos momentos que não vão caber em uma entrevista.



9) Como você busca conciliar sua vida pessoal com a de médium e, consequentemente, de dirigente?

Em homenagem recebida na
Câmara do Vereadores do Rio, em 2016
Às vezes é difícil, porque, como Tupixaba da SEFA, eu vivo o terreiro quase que 24 horas por dia. Às vezes estou trabalhando e recebo mensagem de um médium que precisa falar comigo, ou de um assistente pedindo informações. Eu cuido das questões administrativas da Matriz e das filiais junto com a Diretoria, cuido da parte ritualística com o Conselho de Morubixabas, preparamos material para aulas, calendário anual, incluindo festas beneficentes e visita a outros terreiros. Mas é preciso lembrar que não sou dirigente por profissão. Logo, preciso também trabalhar, administrar minha casa, meus animais de estimação, meus parentes, meus amigos. No início era bem mais difícil. Com o tempo vamos aprendendo a lidar com o fardo da função. Mas há momentos em que eu peço um dia com mais de 24 horas...

10) O que você espera para a Casa nos próximos 10 anos?

Espero que ela siga sempre com o propósito para qual ela foi fundada: caridade com simplicidade, mostrando que Umbanda é coisa séria para gente séria, como já dizia nosso Mestre Caboclo Mirim. Tudo que conquistamos hoje é fruto daquilo que plantamos ao longo dessa década. Continuemos focados em estudar, trabalhar e crescer que o resultado positivo é certo.

11) Pra você, o que é preciso para ser um Falangeiro da Aruanda?

Amor acima de tudo. Amor pela Umbanda, pela nossa Casa, pela nossa Escola da Vida, pelo irmão de corrente, pelo irmão de fé que nos visita. Dedicação, estudo, força de vontade e entendimento de que a corrente para se manter, assim como a casa, precisa de todos do Comandante ao Iniciante.


domingo, 12 de março de 2017

Caboclo Mirim - 97 anos


Esse ano a Seara Espiritualista Falangeiros da Aruanda completa uma década de fundação. São 10 anos de trabalho seguindo os ensinamentos, resgatando e buscando a essência da Escola de Caboclo Mirim.

Não dá para falar de Caboclo Mirim sem pensar na sua escola, nos seus ensinamentos da Umbanda como “coisa séria”, como ele dizia. Nos dias de hoje, em que o excesso de informações navega na rapidez das bandas largas da internet, valorizar o passado parece ser tarefa difícil. 


Então vamos juntos viajar no tempo e voltar a noventa e sete anos atrás. Como podia um jovem de apenas dezessete anos ficar responsável por uma organização tão forte, com uma doutrina ritualística baseada na disciplina, na dedicação e no amor ao próximo? Isso é o resultado da confiança que o seu mentor espiritual depositou sobre os seus ombros. 

Assim o adolescente Benjamin aceitou a missão de bom grado, e deu início à grande Seara na qual seria plantada a semente da Escola de Caboclo Mirim. Mas ele não podia fazer tudo sozinho. Para isso, contou com a ajuda de outros médiuns, irmãos que aceitaram embarcar nesta mesma missão de levar adiante os ensinamentos da Umbanda, respeitando as determinações do Mentor Espiritual. Como já disse um espírito amigo: “Ninguém é mais forte do que todos juntos”. Também era preciso conhecimento. O Caboclo Mirim orienta então o seu médium a buscar o aprendizado com o fundador da Umbanda, Caboclo das Sete Encruzilhadas. 

Sessão de Passe na Matriz da TEM - Anos 70

Os ensinamentos de Mestre Mirim foram tantos que diversas Casas acompanharam sua doutrina. Sua organização é tão característica dentro da Umbanda que, ao entrar num terreiro, o médium já reconhece que as bases da Escola de Mirim estão ali presentes. A força do Caboclo Mirim ainda se faz presente em muitas outras casas, seja aqui ou até mesmo no exterior. 


Não foi à toa a passagem do médium Benjamin Figueiredo pela Terra, aparelho desse espírito missionário que nos trouxe muitos ensinamentos e esclarecimentos sobre a Umbanda de Pai Oxalá. Hoje, data em que se celebra os 97 anos da primeira incorporação de Caboclo Mirim, agradecemos a esse Espírito de Luz pelo seu legado. E que os médiuns de hoje possam levar adiante tudo aquilo que esse grande Mestre nos ensinou, que são os ensinamentos de uma Umbanda com seriedade e respeito que ela merece ter. 

quarta-feira, 8 de março de 2017

Nossas irmãs de fé e de luta


Cada vez mais as mulheres conquistam seu espaço na sociedade, em funções que imaginávamos ser destinadas “somente para os homens”. Hoje em dia muito se fala sobre empoderamento feminino, mesmo que essa expressão seja alvo de muitas opiniões opostas e polêmicas. 

A luta das mulheres pelos seus direitos ganhou importância e uma data oficial, comemorada em 08 de março. A escolha da data, porém, tem na História um episódio trágico. Neste mesmo dia, no ano de 1857, as operárias de uma tecelagem de Nova Iorque, nos Estados Unidos, entraram em greve ocupando a fábrica, em reivindicação à redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias, que recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, em seguida, começaria um incêndio. Cerca de 130 mulheres morreram queimadas. 

Desde que foi decretado oficialmente o Dia Internacional da Mulher, em 1910, várias foram as conquistas delas na luta contra os tabus do machismo e do preconceito. Apesar disso, a realidade ainda está longe do ideal. O número de casos de violência contra a mulher ainda muito alto, mesmo com as delegacias especializadas em atendimento ao público feminino. Segundo a superintendente de Direitos da Mulher da Secretaria Estadual de Direitos Humanos, Cecília Teixeira Soares, todos os dias uma mulher morre vítima da violência doméstica no Estado do Rio de Janeiro.

A MULHER NA UMBANDA 




Dentro da nossa Umbanda seguimos os ensinamentos de Jesus Cristo, nosso Médium Supremo, de que somos todos iguais perante ao Pai, colocando o homem e a mulher no mesmo patamar. Independentemente de gênero, todos nós somos espíritos em evolução. 

Na SEFA é notória a predominância do sexo feminino no corpo mediúnico. Da totalidade de médiuns da SEFA dois terços são de mulheres, que desempenham importantes papéis nas diversas funções ritualísticas da Casa. Há alguns anos atrás esse número era bem mais equilibrado, sendo 50% para cada gênero. 


“Acredito que as mulheres têm um dom especial de trabalhar o seu lado intuitivo, o chamado sexto sentido. Talvez seja isso que se reflete no terreiro hoje em dia”, considera o CCT Cristiano Queiroz, Tupixaba da SEFA. As nossas irmãs de fé, em muitos casos, precisam administrar o seu lar, seu trabalho e ainda levar consigo a missão mediúnica nas atividades do terreiro. Mas nem por isso elas se deixam derrotar. Ao contrário, demonstram coragem e capacidade de superar obstáculos. 


Hoje, em nosso terreiro, temos mulheres como Subcomandantes Chefes de Terreiro, tomando conta do Cerimonial, ajudando na curimba, seja cantando ou até mesmo batendo no tambor, tanto na Matriz quanto nas Filiais. Essa demonstração de dedicação ao terreiro e à Umbanda deve servir de exemplo, não só para outras mulheres, mas também para qualquer irmão de fé, independentemente de gênero.